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domingo, 21 de julho de 2019

"Não basta ter informação, é preciso saber o que fazer com ela"


Pensador afirma que o conhecimento científico aumenta o repertório de soluções de uma nação

Matéria da Revista Galileu. Trecho da entrevista:


Vivemos em uma sociedade, em uma civilização, onde o conhecimento flui livremente e em abundância ao alcance de qualquer pessoa, mas a correria do dia a dia faz com que a grande maioria delas não tenha tempo de absorver esse conhecimento de forma satisfatória. Como o senhor enxerga essa questão?

A gente não necessariamente tem abundância — tem excesso. Abundância é quando tem fartura, suficiência, temos algo que ultrapassa nossa capacidade de usufruto, de absorção e apropriação. É por isso que em grande medida o que falta hoje é o critério. Aquilo que faz com que eu, pegando o excesso, retire o que me serve e descarte o que não me serve é exatamente esse critério. Um dos exemplos mais fortes vem da área do self service. Quando você entra em uma loja, em uma livraria, tudo é mega, megastores, há centenas e centenas de produtos à disposição. Se não tiver critério, a pessoa enlouquece. Especialmente no campo do conhecimento, não se deve confundir: informação é cumulativa, conhecimento é seletivo. Comer bem não é comer muito.


Sob o ponto de vista do indivíduo que gostaria de aprender mas não tem tempo, diria que esse paradoxo pode ser cruel ou frustrante a essa pessoa?


A pessoa que não sabe o que quer, quando entra em uma livraria, entra também em um estado de desespero. Se vai a um restaurante self service, fica desesperada. Quando vai a um rodízio, essa coisa bem brasileira (espeto corrido, como se diz no sul), só pode ser um local de fruição e aproveitamento se tiver critério de seleção. Do contrário, se for aceitando tudo o que vier,  no máximo vai ficar empanturrada em 15 minutos. O indivíduo se depara hoje com um excesso de oferta, sua única possibilidade para criar um anteparo, uma capacidade de aproveitamento menos alienado e robótico, é através de critérios de seleção. 

Talvez a advertência mais séria seja aquela feita pelo gato para Alice, a do País das Maravilhas: ela pergunta para onde vai a estrada, ao que o bicho questiona para onde a moça quer ir. Ela responde que não sabe para onde vai — então qualquer caminho serve.

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http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/08/mario-sergio-cortella-nao-basta-ter-informacao-e-preciso-saber-o-que-fazer-com-ela.html