Nesta entrevista abaixo, o filósofo Mario Sergio Cortella reflete a respeito de como a falta de tempo das pessoas está relacionada com aquilo que ele classifica como prioridade em sua vida.
Ele começa: "Você sabe que tempo é uma questão de prioridades? Quando alguém diz que não tem tempo, na verdade aquilo não é prioritário para ele. Vou te dar um exemplo: você já viu enfartado que sobrevive não ter tempo? "Faça exercícios, não seja sedentário", "ah, não tenho tempo”.
Enfartou, sobreviveu: hoje, cinco horas da manhã já está caminhando. Ele não mudou o relógio, mudou as prioridades."
Enfartou, sobreviveu: hoje, cinco horas da manhã já está caminhando. Ele não mudou o relógio, mudou as prioridades."
Refletindo sobre como de tempos em tempos a vida precisa nos “sacudir” para que mudemos as nossas prioridades, Cortella continua:
“De maneira geral, alguns sustos que tomamos no dia a dia fazem nos mexer. Os árabes tem um ditado que diz: ‘Os homens são como tapetes, às vezes tem que ser sacudidos’. Um tapete você tem que sacudir de vez em quando, porque senão ele vai acumulando poeira. e nós fazemos isso também. Como nós vivemos hoje numa vida muito apressada – nós não temos uma vida veloz, nós temos uma vida apressada, nós não temos tempo, parece o coelho da Alice no País das Maravilhas ("tôatrasado, tô atrasado") – essa vida apressada, ela nos tira um pouco do fôlego, nós começamos a viver em voz alta e isso faz com que nossa distração em relação a algumas coisas seja muito marcante.
A gente se distrai em relação às outras pessoas, não presta atenção no outro, começo a olhar só em mim. Começa a não prestar atenção ao meio ambiente. Começa a viver uma coisa perigosíssima que é: cada um por si e Deus por todos."