Por Resiliência Humana |
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terça-feira, 28 de abril de 2020
terça-feira, 17 de março de 2020
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
o Corvo - Edgar Allan Poe
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o colchão refletia
A sua última agonia.
Eu ansioso pelo Sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora,
E que ninguém chamará mais.
Tradução por Machado de Assis
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
Ela abriu mão
Nothing But a Pack of Cards por Michael Cheval |
Abriu mão do medo.
Abriu mão dos julgamentos.
Abriu mão da confluência das opiniões em torno de sua cabeça.
Abriu mão do comitê de indecisões dentro dela.
Ela abriu mão de todas as razões "certas". Inteira e completamente, sem hesitação ou preocupação, ela abriu mão.
Ela não perguntou a opinião de ninguém.
Não leu um livro sobre "Como abrir mão".
Não procurou nas escrituras.
Apenas abriu mão.
Ela abriu mão de todas as memórias que a prendiam.
Abriu mão da ansiedade que a impedia de seguir em frente.
Abriu mão do planejamento e cálculos sobre como fazer isso certo.
Ela não prometeu abrir mão.
Ela não escreveu um diário sobre isso. Nem anotou na agenda sobre esse dia.
Ela não fez nenhum pronunciamento público e não fez anúncio no jornal.
Ela não verificou a previsão do tempo e nem leu seu horóscopo diário.
Ela apenas abriu mão.
Ela não analisou se deveria ou não abrir mão.
Não ligou para os amigos para discutir o assunto.
Não fez nenhum tratamento espiritual de cinco passos. Não ligou para o padre.
Ela não pronunciou nenhuma palavra. Ela apenas abriu mão.
Não tinha ninguém perto quando isso aconteceu.
Nenhum aplauso ou parabéns.
Ninguém a agradeceu ou elogiou.
Ninguém percebeu nada.
Como uma folha que se solta da árvore, ela apenas abriu mão.
Não houve esforço. Não houve briga. Não foi bom e não foi ruim. Foi o que foi, simples assim.
E nesse espaço de abrir mão, ela deixou tudo ser. Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto. Uma leve brisa soprou através dela. E a lua e o sol brilhavam para sempre.
(Saphire Rose)
Originalmente postado no site Querida Ansiedade de Camila Wolf.
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